Publicado em: 14/05/2020 17:26:00
A luta das pessoas em situação de rua contra o Coronavirus.
Por onde andamos, principalmente nos espaços de maior circulação de pessoas, vemos as pessoas em situação de rua desenvolvendo atividades variadas: furtando, roubando, mendigando, fazendo malabarismos, vendendo doces ou dormindo. Elas já se tonaram parte da cena urbana e nos comportamos como se elas pertencessem ao espaço, sem direitos HUMANOS. Nos comportamos como se a rua fosse o lugar da normalização e manifestação da pobreza. Nossa rotina torna as pessoas em situação de rua invisíveis enquanto seres humanos, possuidores de direitos, e legitima sua existência como categoria marginalizada que deve viver de migalhas, trocados, doações, assistencialismos, caridade e pena.
Precisamos ressignificar a rua, pois ela não é, e nem deve ser, casa e nem lugar de moradia e sobrevivência. Precisamos entender que a saída da casa, tomando a rua como lugar de vida ou moradia, esconde muitos significantes que não estão visíveis na aparência e nem no comportamento dos que estão em situação de rua. Cada ser humano tem uma história de vida que os conduziu à rua e essa história não pode ser medida, qualificada ou quantificada. Uma vida que não pode ser analisada por pesquisadores que usam padrões de análise que não compreendem o mundo que se ergue na invisibilidade da rua, criando paredes, códigos, símbolos e signos próprios.
Fonte: Humanize